Márcio Souza fala sobre "A Selva", hoje na Quarta-literária
A Quarta Literária do mês de julho, dia 4, terá como tema “A selva, de Ferreira de Castro”. O palestrante será o escritor, cineasta e dramaturgo Márcio Souza, autor consagrado e reconhecido por obras sobre a Amazônia, por exemplo, o clássico História da Amazônia. É também de se ressaltar, dentre as suas criações, o filme A selva, uma das grandes leituras sobre a obra de Ferreira de Castro.
A selva é um dos livros que se tornaram célebres e, ao mesmo tempo, é um dos clássicos sobre a Amazônia do período da borracha. Ele mostra como sobreviver numa selva em dois sentidos: na natural e nesta que é construída pelos homens. A última, talvez, mais temerária do que a primeira.
Ferreira de Castro inicia assim a sua obra: Eu devia este livro a esta majestade verde, soberba e enigmática, que é a selva amazônica, pelo muito que nela sofri durante os primeiros anos da minha adolescência e pela coragem que me deu para o resto da vida. Este início, que marca o prólogo da obra, diz o que, nela, iremos encontrar. E o que encontramos a situa no centro das discussões, que nunca são ultrapassadas ou desatualizadas sobre a Amazônia. Ao mesmo tempo, ela expõe o homem ávido de dinheiro, de poder, do reconhecimento do outro, não medindo, para isso, nenhum esforço. Ele mostra que as nossas noções de ética ou de bem-viver não são válidas em todos os lugares e nem em todos os tempos.
Márcio Souza
Um dos mais destacados escritores de sua geração, Márcio Souza é, reconhecidamente, um dos maiores intelectuais do Amazonas, do Brasil e já com nome internacional. É membro da Academia Amazonense de Letras do Amazonas. A sua obra destaca-se pelas leituras que faz sobre a Amazônia, seja no campo da História ou da Literatura; seja no teatro, seja no cinema. As suas conferências atraem não só os intelectuais da terra, como também estudantes e o público em geral, pois ouvir Márcio Souza é ouvir uma das maiores vozes da Amazônia. Entre outras, é autor das obras: Mad Maria, Galvez, imperador do Acre, A expressão amazonense.
Ferreira de Castro
Este é o romancista português (Ossela, Oliveira de Azeméis/1898 ─ Porto/1974) mais traduzido e lido em todo o mundo. E foi por meio desta obra que ficamos conhecendo a Amazônia da época em que os seringais entravam em crise. Talvez quando se acentuaram ainda mais as atrocidades e todo o tipo de exploração que tivemos notícias.
Nesta obra, ele relata a vida real, o que viveu, entre outros homens, principalmente os nordestinos. Ele deu voz ao sofrimento humano, como também à insanidade humana. Trata-se de um precursor do neo-realismo que, na sua obra, ocupou-se de ver o homem desafortunado, entregue aos luxos e desmandos da vida e dos homens, por isso, ter podido compreender e documentar facetas do homem que não são apreendidas por nós e nem por muitos escritores. Dentre outras, é autor de: Criminoso por ambição (1916), Alma lusitana (1916), A missão (1954).
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Evento: Quarta Literária
Tema: “A selva”, de Ferreira de Castro
Data: 4 de julho de 2011 (quarta-feira)
Horário: 18h30
Local: Espaço Cultural da Livraria Valer
Contato: 3635-1324 (editora), 8831-1474 (palestrante).
Entrada franca