Projeto cria mapa de áreas de risco em Manaus

Projeto cria mapa de áreas de risco em Manaus

FOTO: Estação meteorológica instalada que faz parte do projeto. Está instalada na unidade Escola Superior de Tecnologia da UEA, cuja área é cortada pelo igarapé do Mindú

 

Um mapa com as áreas de Manaus passíveis de sofrer com inundações de igarapés e desmoronamento de encostas, provenientes de chuvas intensas, é um dos resultados práticos de um projeto de pesquisa da professora do curso de Meteorologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Maria Betânia Leal de Oliveira. O estudo deve auxiliar as atividades da Defesa Civil, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBM/AM) no trabalho de prevenção de acidentes e atendimento às vitimas em áreas de risco, principalmente durante o inverno amazônico.

 

O estudo tem orçamento de R$ 35,2 mil oriundo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e começou a ser executado neste mês de janeiro. “Apesar da importância do projeto temos um orçamento baixo porque precisamos de poucos equipamentos. Na prática, vamos usar dados como volume de chuvas e das águas de igarapés”, explica a professora.

O projeto vai contar com estações meteorológicas e hidrológicas para medir o nível das águas das bacias hidrológicas dos igarapés Passarinho, na zona Norte, e Mindú, que corta a cidade no sentido nordeste-sudeste, e são considerados um dos cursos d’água de maior volume e extensão da capital. “A nossa ideia é começar com essas bacias e depois expandir o ‘mapa’ para outros igarapés”, explica a professora, completando que o estudo conta com a participação de alunos de graduação do curso de meteorologia da UEA.

São 24 pontos de coleta de dados nas seis zonas da cidade, cada um com um pluviômetro, além de duas estações meteorológicas e hidrológicas, uma para cada bacia dos igarapés estudados.

A professora explica que em grandes áreas com atividade humana na Amazônia, como Manaus, as inundações urbanas predominantemente estão associadas à regularidade das chuvas tropicais de grande intensidade e curta duração, concentradas em pequenas áreas. Estas chuvas podem provocar enchentes repentinas, “com o pico da cheia podendo ser atingido em alguns minutos; por isso, é importante ter um trabalho de prevenção de acidentes”.

O estudo tem duração de dois anos, período em que será estabelecida uma metodologia de coleta de dados e uso das informações por meio de um programa de computador. Depois de concluída a pesquisa, o programa e o mapa ficarão a cargo da Defesa Civil. Já os equipamentos e dados serão utilizados por alunos e professores da UEA em aulas e pesquisas sobre o regime de chuvas em Manaus.